Autismo menos detectável nas meninas

24 abril 2012

As meninas com uma forma mais amena de autismo têm menos probabilidade de serem identificadas e diagnosticadas do que os meninos, segundo uma nova pesquisa britânica.

De acordo com os cientistas, que apresentaram a pesquisa junto do Royal College of Psychiatrists, na Grã-Bretanha, as meninas mostram sintomas diferentes e menos sinais mais tradicionalmente associados com o autismo, como o comportamento repetitivo. Os especialistas afirmaram que, devido a este problema, alguns casos de autismo em meninas podem acabar não diagnosticados.

RELACIONAMENTOS

Todas as crianças analisadas eram descritas como indivíduos cujos sintomas não eram totalmente correlacionados com casos clássicos de autismo.  Apesar de estas crianças ainda apresentarem dificuldades de socialização, comunicação e comportamento, os seus sintomas eram menos rigorosos.

E os pesquisadores concluíram que as diferenças na severidade do comportamento podem levar a uma tendência contra a identificação do problema em meninas.  Com base na experiência clínica, os pesquisadores observaram que as meninas tinham mais probabilidade de ter interesses obsessivos centrados em pessoas e relacionamentos.  Estes interesses podem ser mais bem aceitos pelos pais e, por isso, não são relatados aos médicos. Os tipos de obsessão também têm menos chances de ser descobertos com o uso de questionários padrão para o diagnóstico do problema.

Judith Gould, da Sociedade Britânica de Autismo, afirma que é possível que muitas meninas escondam melhor as suas dificuldades, de forma a adaptarem-se à sociedade.  «Características como timidez e sensibilidade muito alta, comuns em pessoas afectadas pelo autismo, algumas vezes são consideradas como traços tipicamente femininos», afirmou. «Mas, se um menino apresentar estas características, os pais poderão ficar preocupados.»

De acordo com o professor Simon Baron-Cohen, especialista em autismo da Universidade de Cambridge, são necessários mais estudos. «Esta é uma questão clínica muito importante e existem poucos estudos sobre este tema» afirma. «Não deveríamos supor que autismo ou Síndrome de Asperger serão parecidos para ambos os sexos, concluiu.


khadija fez 09 anos!!

21 abril 2012

ola!! no dia 19 de abril minha pequena estrela fez 09 aninhos!!!
como todo ano comemoramos em família o que deixa khadija mais tranquila !
Khadija fica muito estressada em ambientes cheios com muitas pessoas falando ao mesmo tempo,por este motivo decidimos a cada ano comemorar seu aniversário entre família,pois é o dia dela e ela tem que curtir não é?
ela ficou muito animada com os cupcakes e docinhos que fiz.
se derreteu toda com a chegada da avó que ela ama!
ganhou uma bonequinha da tia Eliane e está até hoje grudadinha nela.
é uma alegria ver ela tão contente!!
vejam algumas fotos da festinha:

















Tylenol e a Epidemia de Autismo:

20 abril 2012





Continuando a escrever sobre o II Congresso Internacional de Tratamentos Biomédicos, a palestra do Dr. Shaw sobre a possível implicação de um único fator fortemente ligado a surpreendente estatística de 1 em cada 88 crianças nos EUA sendo diagnosticada atualmente dentro do espectro autista, me deixou completamente vidrada nas informações e boquiaberta! 

Para ilustrar sua palestra, ele começou falando sobre o caso da Talidomida.

A talidomida chegou ao mercado pela primeira vez na Alemanha em 1 de outubro de 1957. Foi comercializada como um sedativo e hipnótico com poucos efeitos colaterais. A indústria farmacêutica que a desenvolveu acreditou que o medicamento era tão seguro que era propício para prescrever a mulheres grávidas, para combater enjôos matinais.
Foi rapidamente prescrita a milhares de mulheres e espalhada para todas as partes do mundo (46 países), sem circular no mercado norte-americano. Mesmo assim, foi constatado o nascimento de crianças com membros mal formados, pois ao viajarem para outros países, estas mulheres por vezes compravam este medicamento e levavam para casa.

Os procedimentos de testes de drogas naquela época não revelaram seus efeitos teratogénicos. Os testes em roedores, que metabolizavam a droga de forma diferente de humanos, não acusaram problemas. Mais tarde, foram feitos os mesmos testes em coelhos e primatas, que produziram os mesmos efeitos horríveis que a droga causa em fetos humanos.

No final dos anos 1950, foram descritos na Alemanha, Reino Unido e Austrália os primeiros casos de malformações congênitas onde crianças passaram a nascer com focomielia, mas não foi imediatamente óbvio o motivo para tal doença. Os bebês nascidos desta tragédia são chamados de "bebês da talidomida", ou "geração talidomida". Em 1962, quando já havia mais de 10.000 casos de defeitos congênitos a ela associados em todo o mundo, a Talidomida foi removida da lista de remédios indicados.

Cientistas japoneses identificaram em 2010 como a talidomida interfere na formação fetal. Eles descobriram que o medicamento inativa a enzima cereblon, importante nos primeiros meses de vida para a formação dos membros.Por um longo tempo, a Talidomida foi associada a um dos mais horríveis acidentes médicos da história. Wikipédia.

Se os Estados Unidos se livrou relativamente da enorme tragédia da talidomida como aconteceu em outros países e sabemos hoje que o autismo é uma epidemia mundial, existiria algum lugar do planeta com baixíssimos níveis de autismo? E se existisse, o que o tornaria diferente do resto do mundo?

Sim este lugar existe e é Cuba!!!!!

Cuba tem uma rede médica bem integrada e produtiva com dados médicos da população bem cadastrados.
Cuba registra um índice de 0.04 de autismo na população, enquanto os EUA registra 12.5% a mais do que Cuba!
O que diferencia a população de Cuba do resto do mundo e principalmente dos EUA?
A exposição tóxica, claro!
Cuba policamente é isolada do restante do mundo com muitos embargos de produtos de consumo de toda a espécie. A população é pobre, não consome supérfluos muito menos comida industrializada e fast-food. No geral, é como se eles vivessem 40 anos atrás do restante da população mundial, o relógio parou na ilha e isto tem os mantido à parte de consequências que o mundo inteiro tem sofrido.

Em uma coisa Cuba é praticamente igual aos EUA: a quantidade de vacinas dadas as suas crianças - Cuba 34, EUA 36! Mas como assim?! Logo as vacinas que tem sido apontadas como responsáveis  pelo crescimento vertiginoso do espectro?
Aí devemos considerar três pontos interessantíssimos:
- A população de Cuba não tem o acúmulo tóxico ambiental no organismo devido a altíssima exposição como a população dos EUA tem e o principal, não há a comercialização indiscriminada de medicamentos analgésicos, dentre eles o tylenol, em farmácias ou supermercados com acesso livre a população.
- Também não há a recomendação médica maciça de uso de tylenol (acetaminofeno), como o único medicamento seguro para febre e analgesia, principalmente na 1ª infância e bebês. Crianças Cubanas NUNCA tomam medicamentos antipiréticos ou analgésicos junto com as vacinções, eles consideram a febre uma peça importante após a vacinação e não a combatem, é sinal de que o corpo está reagindo como deveria, ativado o seu sistema imunológico.

80% da medicação utilizada no Brasil como antipirética (para baixar ou prevenir febres) já é o acetaminofeno!!!

Mas o que tem isso? Não é um medicamento seguro?
Não!!!!!!!!!!! E estudos tem mostrado isso!

Tylenol ao ser metabolizado se transforma em NAPQI.

NAPQI é a sigla do químico N-acetil-p-benzo-quinona imina. É um sub-produto tóxico produzido durante o metabolismo do paracetamol (também chamado de acetominofeno). 

NAPQI depleta a glutationa em grandes quantidades. Glutationa é o maior e mais importante antioxidante do corpo humano, responsável pela desintoxicação de todo tipo de produto tóxico. A depleção de glutationa pode trazer sérias consequências para o fígado, os rins e o cérebro.
A glutationa está implicada no autismo, sendo demostrada a sua ligação com a desordem em inúmeros estudos.
Inúmeros pediatras prescrevem tylenol e paracetamol como um medicamento seguro para ser usado como analgésico e antipirético junto das vacinações, alguns até os receitam de forma profilática, para serem tomados até 5 dias antes das vacinações e continuando após as doses!

Assim, após uma vacinação, quando há uma necessidade maior do corpo de mobilizar o sistema imunitário para construir anticorpos, a glutationa, a principal proteína de apoio para isso, está a ser destruída pelo NAPQI. É por isso que muitas das crianças do espectro do autismo têm uma grande variedade de sensibilidades ou sistemas imunológicos altamente debilitados (alergias, problemas intestinais). Parte do problema é que a concentração de acetaminofeno no líquido do Tylenol infantil é suficientemente elevada para produzir reações tóxicas, incluindo possível dano no fígado com doses repetidas durante vários dias.

NAPQI é um fenol e para ser neutralizado sem provocar danos, precisa de níveis adequados de sulfato, além de altos níveis de glutationa, justamente o que ele prejudica, ficando livre para provocar danos.
Acontece que o acetaminofeno (tylenol e paracetamol) tem sido prescrito por inúmeros obstetras como um medicamento seguro para utilização na gravidez. 
Nesta fase a natureza providencia que os níveis de sulfato circulantes no corpo materno aumente 3 vezes para poder criar uma reserva para o feto. A mulher pode fabricá-lo a partir de certos aminoácidos, mas um feto é incapaz de produzi-lo por conta própria, dependendo exclusivamente do sulfato de sua mãe.
O sulfato é uma peça chave para o desenvolvimento cerebral. Se a mãe toma uma droga que depleta esta substância na gravidez, o risco de problemas neurológicos na criança fica enorme!

Sobrepondo os gráficos de controle de autismo e o de uso do medicamento acetaminanofeno, fica muito claro a importância que um único ítem tem sobre a epidemia do espectro de atismo.






Foi a partir de 1980 que a utilização de acetaminofeno começou a se tornar popular, após um aviso do CDC relacionando a Síndrome de Reyes ao uso de aspirina.
Em 1982 e em 1986 houve um pânico geral nos EUA devido a contaminação de comprimidos de acetaminofeno com o veneno cianida, resultando em 8 mortes e diminuindo enormemente o seu uso. Assim que o pânico baixou e o consumo voltou a aumentar cerca de um ano depois, também aumentaram os diagnósticos de autismo.
O gráfico continua subindo: quanto maior o consumo de acetaminofeno, maiors os casos de desordem do espectro autista.

Todos estes dados perplexos, me levaram a pensar no incrível trabalho de conscientização do Dr. Renan Marino que relaciona o aumento da toxicidade da dengue e o absurdo número de mortes provocados por esta doença, ao perigoso hábito de prescrição do tylenol como  único remédio seguro para se associar aos sintomas da doença.

vídeo da festinha de carnaval no center paulista

13 abril 2012

hoje vim postar um vídeo que fiz com as fotos da festinha de carnaval no center,lugar onde minha filha estuda e recebe tratamento.
a festa foi animada e as crianças se divertiram muito ao som do frevo!

perguntas sobre autismo

11 abril 2012


O autismo é genético?

Sim. Os estudos sugerem uma herdabilidade muito alta, mais ainda quando se considera a presença de traços do espectro autista. Isto é, uma família pode ter um indivíduo com autismo e outros apenas com um atraso de linguagem, outros com interesses restritos, etc.Embora genético parece não existir um único gene que determina o autismo. Esses quadros são resultantes da combinação de diferentes genes. Os genes que tem tido mais estudos são aqueles que produzem moléculas de adesão celular, e os reguladores do funcionamento sináptico.

Quais os exames que tenho que fazer para saber se meu filho tem autismo?

O diagnóstico é clinico, e pode ser feito pela observação da criança, pela historia de vida e pelo preenchimento de alguns questionários que ajudam a formular o diagnóstico, como por exemplo a M-CHAT (questionário que tem uma versão em português). Além disso, por vezes pode-se investigar causas relacionadas com deficiências auditivas, visuais, erros inatos do metabolismo (exame feito na urina ou no sangue), intoxicação por chumbo, por cobre.

Os outros vão perceber que meu filho tem autismo?

A tendência é que a maioria das pessoas não perceba o quadro até os 5 ou 6 anos, quando as habilidades sociais e de comunicação estão muito bem estabelecidas na maioria das crianças, destoando da criança com autismo. Por isso é comum que pais escutem que seus filhos de 2 ou 3 anos não apresentam nenhum problema. Habitualmente pessoas que conhecem o quadro tem mais capacidade para reconhecer as diferenças de comportamento em crianças pequenas.

O autismo tem cura?

Não. No entanto essa é uma questão controversa. Tem ficado cada vez mais claro que não existe um autismo, mas centenas de diferentes subtipos. Alguns com muita limitação funcional, outros com grande capacidade de adaptação. Existem grupos de pessoas com autismo, Asperger, etc., que dizem não querer mudar o que são, e portanto não caberia o conceito de cura. Por outro lado, existem pessoas com importantes limitações e com grau de sofrimento que desejam e merecem receber tratamento. Até o momento, não existem tratamentos que curem essas pessoas, embora as intervenções precoces que tem sido realizadas vêm melhorando em muito a capacidade adaptativa desses indivíduos, assim como a qualidade de vida deles e de seus familiares.

Qual a sobrevida da pessoa com autismo?

A princípio não existe uma limitação da sobrevida ligada ao quadro do autismo. Assim, a expectativa de vida desses indivíduos dependerá dos mesmo fatores que contribuem para determinar a sobrevida em indivíduos.

Qual a diferença entre Síndrome de Asperger e TGD-SOE?

Como inicialmente exposto acima, esses são conceitos que estão para ser modificados. No entanto, os critérios atuais propõem que de uma lista de manifestações (ver CID-10 e DSM-IV) uma criança deve ser diagnosticada como TGD-SOE caso não preencha critério para nenhum outro TGD (isto é, autismo, Asperger, Rett e Desintegrativo), preencha critérios no domínio da sociabilidade e mais um ou mesmo dois dos outros domínios (comunicação e comportamento). O diagnóstico de TGD-SOE é possível de ser definido ainda que a criança tenha menos de seis sintomas no total. Porém vale ressaltar, que o DSM-V, a ser publicado em 2013 deverá reunir esses quadros sob o conceito de Transtornos do Espectro Autista.

Como percebo se meu filho tem autismo?

Toda a criança que apresentar dificuldades ou pouco interesse em interagir com as pessoas, olhar pouco nos olhos, apresentar poucos atos comunicativos, apresentar um padrão restrito de interesses pode merecer a avaliação de um profissional da saúde que tenha conhecimento acerca do desenvolvimento psíquico
fonte A&R

Cérebro de autistas tem alterações aos 6 meses de idade

10 abril 2012


Crianças que desenvolvem a doença apresentam modificações ainda bebês


Um novo estudo feito na Universidade da Carolina do Norte descobriu diferenças significativas no desenvolvimento do cérebro aos seis meses de idade em crianças com alto risco que desenvolveram autismo mais tarde, comparado às crianças de alto risco mas que não tiveram a doença diagnosticada.

"É uma descoberta promissora", diz Jasno Wolff, líder do estudo. "Neste ponto, é um passo preliminar mas enorme em direção ao desenvolvimento de um biomarcador para risco para diagnosticar a doença", acrescenta.

O estudo também sugere que o autismo não aparece repentinamente nas crianças pequenas, mas se desenvolve ao longo do tempo durante a infância. Isso aumenta a possibilidade "de sermos capazes de interromper o processo com uma intervenção adequada", diz.

Os resultados são os mais recentes do estudo em andamento Infant Brain Imaging Study (IBIS). Os cientistas avaliaram 92 crianças que tinham irmãos mais velhos com autismo e que, portanto, eram considerados de alto risco para a doença. Eles passaram por exames de ressonância magnética aos 6 meses de idade e testes de comportamento aos 24 meses. A maioria também passou novamente por exames de imagem aos 12 e 24 meses.

Com dois anos de idade, 28 crianças (30%) preencheram os critérios desordens do autismo, enquanto 64 (70%) não. Os dois grupos tinham diferenças no desenvolvimento das fibras da substância branca - que conectam regiões do cérebro.

"A evidência, que implica múltiplos caminhos de fibras, sugere que o autismo é um fenômeno do cérebro todo e não de regiões isoladas", diz Wolff.

Fonte:
http://www.bonde.com.br


mitos e verdades sobre autismo

09 abril 2012

Muitas inverdades são ditas sobre o mundo dos autistas, seu comportamento e seus sentimentos. Mitos ditos por pessoas desinformadas que não conhecem e não compreendem os deficientes. Abaixo estão algumas dessas inverdades.

O MITO: Os autistas são super inteligentes
A VERDADE: assim como as pessoas normais, os autistas tem variações de inteligência se comparados um ao outro.è muito comum apresentarem níveis de retardo mental.

O MITO: Os autistas gostam de ficar sozinhos.
A VERDADE: os autistas gostam de estar com os outros, principalmente se sentir-se bem com as pessoas, mesmo que não participem, gostam de estar perto dos outros.Podem as vezes estranhar quando o barulho for excessivo, ou gritar em sinal de satisfação, quando seus gritos não são compreendidos, muitas vezes pensamos que não estão gostando.Tente interpretar seus gritos.

O MITO:os autistas não entendem nada do que está acontecendo.
A VERDADE: os autistas podem estar entendendo sim, nossa medida de entendimento se dá pela fala, logo se a pessoa não fala, acreditamos não estar entendendo, mas assim como qualquer criança que achamos não estar prestando atenção, não estar entendendo, de repente a criança vem com uma tirada qualquer e vemos que ela não perdeu nada do que se falou, o autista só tem a desvantagem de não poder falar.Pense bem antes de falar algo perto deles.

Fonte: www.maoamigaong.trix.net/mitoseverdades.htm

10 coisas que uma criança autista gostaria que você soubesse

08 abril 2012


Dez coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse.
Por Ellen Nottohm
(tradução livre minha)

1) Antes de tudo eu sou uma criança.
Eu tenho autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu autismo é só um aspecto do meu caráter. Não me define como pessoa. Você é uma pessoa com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo, míope. Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como se auto-define. Se quer excluir uma característica, pode se expressar de maneira diferente. Sendo criança eu ainda estou descobrindo. Nem você ou eu podemos saber do que eu sou capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter expectativas que serão pequenas para mim. E se eu sinto que você acha que não posso fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar?

2)A minha percepção sensorial é desordenada.
Interação sensorial pode ser o aspecto mais difícil para se compreender o autismo. Quer dizer que sentidos ordinários como audição, olfato, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia a dia podem ser doloridas para mim. O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender. Vou explicar o porquê uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser muito sensível. Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios, barulho da caixa registradora, celulares tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, luzes fluorescentes. O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando em mim uma perda de controle. O meu olfato pode ser muito sensível. O peixe que está à venda na peixaria não está fresco. A pessoa que está perto pode não ter tomado banho hoje. O bebê ao lado pode estar com uma fralda suja. O chão pode ter sido limpo com amônia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido principal é o visual. Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser super-estimulado.  A luz fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho. O quarto parece pulsar e isso machuca os meus olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando. Eu vejo um brilho na janela, são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando de um lado para o outro... Tudo isso afeta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu corpo está neste espaço.

3) Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu não consigo fazer)
Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim. Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo. Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João". Ao invés disso, venha falar comigo diretamente com um vocabulário simples: "João, por favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar". Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender.

4) Eu sou um "pensador concreto" (CONCRETE THINKER). O meu pensamento é concreto, não consigo fazer abstrações.
Eu interpreto muito pouco o sentido oculto das palavras. É muito confuso para mim quando você diz "não enche o saco", quando o que você quer dizer é "não me aborreça". Não diga que "isso é moleza, é mamão com açúcar" quando não há nenhum a mamão com açúcar por perto e o que você quer dizer é que isso e algo fácil de fazer. Gírias, piadas, duplas intenções, paráfrases, indiretas, sarcasmo eu não compreendo.

5)Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado.
Dizer o que eu preciso é muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto. Posso estar com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu corpo (retração, agitação ou outros sinais de que algo está errado).
Por um outro lado, posso parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem. Por que eu sei  exatamente o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras pessoas. Isto é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o contexto das palavras que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa.

6)Eu sou muito orientado visualmente  porque a linguagem é muito difícil para mim.
Por favor, me mostre como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. E, por favor, esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes me ajudam a aprender. Um esquema visual me ajuda durante o dia-a-dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma atividade e outra. Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas. Eu não vou perder a necessidade de ter um esquema visual por estar crescendo. Mas o meu nível de representação pode mudar. Antes que eu possa ler, preciso de um esquema visual com fotografias ou desenhos simples. Com o meu crescimento, uma combinação de palavras e fotos pode ajudar mais tarde a conhecer as palavras.

7)Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu não posso fazer.
Como qualquer outro ser humano não posso aprender em um ambiente onde sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de "CONSERTO". Para que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? Construtivamente ou não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei mais que uma maneira para fazer as coisas.

8)Por favor, me ajude com interações sociais.
Pode parecer que não quero brincar com as outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem a jogar futebol ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído. Eu sou melhor em brincadeiras que tenham atividades com estrutura começo-meio-fim. Não sei como "LER" expressão facial, linguagem corporal ou emoções de outras pessoas. Agradeço se você me ensinar como devo responder socialmente. Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair do escorregador não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente. Ensine-me a dizer: "você esta bem?".

9)Tente encontrar o que provoca a minha perda de controle.
Perda de controle, "chilique", birra, mal-criação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao extremo. Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e atividades. Você encontrar uma seqüência pode parecer difícil no começo, mas, com certeza, vai conseguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação. Isso dirá a você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que está acontecendo dentro dele.

10)Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição.
Elimine pensamentos como "Se ele pelo menos pudesse…" ou "Porque ele não pode…" Você não conseguiu atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e não gostaria de ser sempre lembrado disso. Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda a minha chance de alcançar uma vida adulta digna será pequena. Com o seu suporte e guia, a possibilidade é maior do que você pensa. Eu prometo: VAI VALER A PENA.

E, finalmente três palavras mágicas: Paciência, Paciência, Paciência. Ajudam a ver o meu autismo como uma habilidade diferente e não uma desabilidade. Olhe por cima do que você acha que seja uma limitação e veja o presente que o autismo me deu. Talvez seja verdade que eu não seja bom no contato olho no olho e conversas, mas você notou que eu não minto, roubo em jogos, fofoco com os colegas de classe ou julgo outras pessoas? É verdade que eu não vou ser um Ronaldinho "Fenômeno" do futebol. Mas, com a minha capacidade de prestar atenção e de concentração no que me interessa, eu posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh. Eles também eram autistas.Talvez um dia iremos encontrar uma possível resposta para o alzheim ou para o enigma da vida extraterrestre - O que o futuro tem guardado para crianças autistas como eu, está no próprio futuro. Tudo que eu posso ser não vai acontecer sem você sendo a minha Base. Pense sobre estas "regras" sociais e se elas não fazem sentido para mim, deixe de lado. Seja o meu protetor seja o meu amigo e nós vamos ver até onde eu posso ir.
CONTO COM VOCÊ!!!

criação do blog

ola! depois de algum tempo ,resolvi fazer esse blog para contar aqui a minha vida e de minha filha Khadija 
que é autista.
O blog  foi feito para trocar idéias com pais,parentes e amigos que possuem alguém com autismo.Também para fazer mais conhecida a questão de como é a vida de alguém que tem autismo.
Não sou profissional da área,só uma mãe que tenta a cada dia melhorar a vida de sua filha.O blog terá coisas sobre nosso dia a dia e também matérias ,noticias e tudo sobre o tema.
Espero desta forma contribuir com essa causa que ainda é tão pouco divulgada.
espero que me sigam,comentem e visitem!
beijos!!

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